Tem quem não vive sem um deus, ou deuses... Ou quem não vive sem outro alguém... Ou quem não vive sem um padrão de consumo e riquezas adquiridas constantemente... Tem gente que não vive sem uma leitura ou sem amigos, ou sem algum passatempo que o descontraia e tire-o da realidade... Enfim.
Para mim, o que funciona como um "deus", é a música. Livros de fantasia são uma ótima fuga, sim. Escrever é muito bom quando se tem algo a fluir de sua mente, e amigos são a melhor das companhias e bases com que se pode contar... Mas foi quando comecei a ouvir, atentamente, música, que eu comecei a me encontrar, a me formar. E é aonde eu realmente sustento a minha alma, crescentemente. Seja ouvindo-a, cantarolando-a, lendo-a, escrevendo-a ou tocando-a até onde eu sou capaz. Para mim, ela é a essência da vida.
Como cantaram Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e Rita Lee: "Posso perder minha mulher, minha mãe, desde que eu tenha o rock n' roll!"
Meio mórbido? Bem, infelizmente perder pessoas e outras coisas faz parte da vida, e aprendemos a continuar sem elas. Mas o que nos faz continuar? Muitos respondem com um deus ou religião. Outros ocupam-se de qualquer coisa, tanto faz. Para mim, quem sempre me escutou nos momentos de necessidade (embora tecnicamente seja o contrário), foi a música. Assim como quem me deu impulso nos momentos de entusiasmo, e por aí vai.
E não me levem a mal, não estou limitando a música apenas como o rock n' roll. Outros bons gêneros são tão admiráveis quanto, individualmente, cada um de sua forma e no seu momento de ser escutado. Música clássica orquestrada, música cigana, folclórica e contemporânea... Gosto de todos os gêneros que eu consigo chamar de "música". Mas, claro, não é segredo para ninguém, eu sou um cara do rock n' roll. Do bom e velho, eu quero dizer. Pois é no rock n' roll que eu mais me encontro em suas letras. É nas falas, nos discursos e na atitude de alguns artistas e bandas do gênero que eu realmente absorvo suas canções e torno suas letras partes de minha vida. De minhas regras.
É na filosofia de John Lennon, na fantasia épica de Jimmy Page e Robert Plant, na paixão transbordante de Jimi Hendrix e Janis Joplin, nas convicções inconscientes de Jack White e nos desabafos e gritos de Dave Grohl e tantos, tantos outros nomes que eu consigo entrar em acordo e tomar seus hinos como meus.
E é isso que me distrai, me sustenta e me acompanha a cada momento de minha vida, seja na cabeça, no fone ou no estéreo. (além de oxigênio e bastante comida, é claro, rs)
Ah, música. ♥
ReLapso: Bug Semanal
Há 6 anos