"And now for something completely different..."

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Um Conto de Ano-Novo

 O rapaz caminhava pela cobertura de um edifício pequeno. A lua iluminava seus passos, e a silhueta de seu sobretudo e boina era quase imperceptível em meio à fumaça que era liberada dos diversos exaustores ao redor. Fez seu percurso até o parapeito do prédio, sem pressa alguma, como que admirando as estrelas e os sabores inebriantes da noite urbana.

 Chegando ao parapeito, debruçou-se sobre ele, observando o movimento inexistente nas ruas enevoadas abaixo. Nenhum carro, nenhuma pessoa. Uma lata de lixo se movia por dentro, com um gato de rua que procurava por sua comida. O jovem achava aquilo curiosamente belo – a cidade dormia. Enquanto as pessoas estavam deitadas tranquilamente em suas camas, lá estava ele, sobre suas cabeças. Por isso, sentia como se pudesse fazer qualquer coisa.

- Você não pode fazer o que quiser, espero que saiba disso. – disse uma voz atrás dele, como se tivesse acabado de ler a introdução acima. O jovem estalou os lábios e nem se deu ao trabalho de virar a cabeça ou cumprimentar a garota que se aproximava.

 A garota também usava boina e sobretudo, porém de cores mais claras. Sua bota, de cano alto, fazia um leve ressoar no cimento conforme se aproximava. Mas não se aproximou muito.

- Ainda está nervoso comigo?

- “Ainda está nervoso comigo?” – caçoou o rapaz, em um tom infantil.

- Isso não é muito maturo da sua parte. – ele realmente não se importava. – As pessoas nem sempre vão fazer o que você quer. – ele não queria que as pessoas fizessem nada. – Às vezes acontecem coisas que não gostaríamos. – e isso era frequente. Mas ele preferiu ficar em silêncio.

- Sabe... – continuou a garota. – Você não deveria guardar rancor dessa forma. Esta é a última madrugada do ano. A esta hora, amanhã, será o primeiro dia de um novo ano. Não que isso faça diferença para as estrelas lá em cima, mas como humanos, podemos e devemos nos apegar a qualquer chance que temos de reciclar nossas emoções e começar novamente. Um novo ciclo, novas oportunidades, fazer as coisas do jeito certo...

 O rapaz achava aquilo uma grande hipocrisia, vindo dela. Permaneceu em silêncio, observando ora as ruas vazias e suas névoas, que se moviam traiçoeiramente como dedos à espreita, ora o céu e suas nuvens, que se moviam mais pesada e vagarosamente, como deuses alheios a pessoas insignificantes discutindo seus problemas pessoais em cima de um edifício.

- A vastidão do céu noturno não guarda mágoas. – observou a garota, como se tivesse acabado de ler essa metáfora. – E se você parar pra pensar, todos esses problemas são realmente insignificantes. Acho que o que importa, afinal, é o bem-estar das pessoas. Coisas pequenas e humanas como um abraço, um sorriso. É igualmente irrelevante perante a infinidade do universo, mas pelo menos faz diferença no coração das pessoas. Faria diferença nos nossos corações.

- Você é uma hipócrita de merda. – finalmente respondeu o rapaz.

- Sabe, eu estou tentando ser compreensiva, mas você está começando a me machucar. – disse a garota, levando a mão ao seu peito e se aproximando mais um passo. – Eu sei que você deve estar sentindo muita raiva, mas não deveria descontar isso em mim. Eu te amo.

- Você matou meus pais e irmãs. – observou o rapaz. Esse era um ponto muito importante em seu julgamento e nessa história como um todo, e eu deveria ter mencionado isso antes.

- Foi um acidente de percurso. Eles não deveriam estar lá, e você deveria estar lá. – justificou.

- Então você tentou me matar.

- Sabe como é, são ordens.

- Eu sei. – finalmente virou-se, olhando a assassina à sua frente. Tão jovem, e tão bela. Mas também sabia que ela estava além da razão: Essa vida que levavam havia danificado-a profundamente, e desde que se conheceram, ela sempre esteve à beira da loucura. Nenhuma lógica faria sentido para ela, mas não duvidava que seus sentimentos fossem reais. Os dele também eram. Levou suas mãos até o bolso.

- O quê você está pensando? – indagou a garota, ao perder-se em seu olhar.

 “O quão facilmente o amor pode se transformar em ódio”, pensou. Apenas uma fagulha, e tudo que uma vez sentiu virou-se ao avesso, assim como toda a sua vida. A fagulha que aquela garota havia jogado sobre o combustível espalhado naquele galpão, carbonizando seus pais e suas duas irmãs mais novas. Em vez disso, perguntou:

- Por que você está aqui?

- Pra te desejar um feliz ano-novo. – respondeu a garota, que começava a lacrimejar. – Pra conseguir seu perdão, e assistir os fogos com você ao meu lado. Eu te amo. Amo, amo, amo.

- Eu te amava. Você tentou me matar, mas ao invés disso matou a minha família. E agora vem me desejar um “feliz ano-novo”? – respondeu num surto de insanidade, achando que ela pudesse entender a gritante falta de lógica em suas ações.

- Sim.

 Tirou a mão do bolso, puxando um revólver, e atirou bem no meio daquele belo par de olhos lacrimejantes com que ela o encarava.

- Feliz ano-novo, sua vadia louca. – foi tudo o que disse em seguida. Talvez fosse mesmo ser um bom ano, afinal, agora ela estava morta. Pensou na forma como as coisas se desenrolaram naquela noite, e não conseguiu evitar um esboço de sorriso em seu rosto, afinal, ele pretendia ter se suicidado. Mesmo depois que ela apareceu, ainda pretendia ter feito isso, bem na frente dela, mas não pôde conter sua raiva quando ela respondeu “sim”. Uma resposta tão pequena, tão simples... E tão errada. Ela podia ter respondido qualquer coisa, menos “sim”, e quem estaria morto agora seria ele. “Às vezes acontecem coisas que não gostaríamos.”

- Sim. – “e às vezes essas coisas são bem melhores, pois nem sempre sabemos o que gostaríamos, e eu acabei gostando bem mais de te matar”, pensou, satisfeito.

~x~

Essa foi a minha tentativa de escrever alguma coisa para encerrar o ano aqui no meu blog, espero que tenham gostado! Boas festas e um ótimo 2013 para - quase - todos! o/

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Canções de Fractius

Olá leitores que eu prefiro presumir que não possuem braços e que por isso não costumam comentar nos meus posts! Espero que estejam todos muitíssimo bem, tirando pela falta de braços e tal, pois eu estou ÓTIMO.

"Sério, sério, sério... MUITO SÉRIO."
Hattenberg, Capelo.

Afinal, nesse último domingo que passou, dia 1º de Dezembro, como se não bastasse eu ter ganhado a melhor namorada do mundo... Ela ainda me presenteia com a carta de Magic que eu mais desejava desde 2006, quando conheci os Fractius na Espiral Temporal. Deve ter sido uma jornada e tanto pra ela ter conseguido arranjar a carta, e manter tudo para surpresa. Mas eu posso dizer... Que não só meus amados e queridíssimos fractius finalmente estão completos por terem se reunido com a Rainha deles... Mas eu também estou completo por ter encontrado a minha. *-* (ULTRAGAY)

Fractius Rainha, ou Sliver Queen, dizendo: "BITCH IMMA FABULOUS!"

Esse acontecimento acabou rendendo duas paródias musicais de Magic: Uma por mim, que cantei um verso de Killer Queen falando da minha carta nova. A outra foi pelo Qejinho, que acabou descobrindo que a pacífica canção Imagine se torna MUITO tensa quando se imagina ela cantada por um Fractius. Então, como estava com tempo livre, afinal acabei de entrar de férias, decidi escrever a versão completa de cada música e imortalizá-las aqui no meu blog. =D

Sliver Queen
MTG and Queen parody by K-2

She keeps the Legacy pieces
In her pretty Furnace
'Let them eat invasors' she says
Just like Volrath would like it
A built-in solution
By Selenia and the Predator 
At anytime an invitation
The Weatherlight can't decline

Flying and regenerate
Well versed to start hate
Extraordinarily OP

She's the Sliver Queen
Put tokens, then sacrifice
First strike with bonus damage
Guaranteed to blow your life
Anytime

Activate abilities by the price
Insatiable an appetite
Wanna try?

To avoid complications
She didn't kept the Legacy pieces
In conversation
She spoke to Karn like a baroness
Met an evincar from Rath
Went down his phyrexian fortress
Then again incidentally
Gathered all her children there

Growing naturally above the Stronghold
Eating people she couldn't care less
Fastidious and precise

She's the Sliver Queen
Double Strike, mana ramp
Played with Haste as an instant
Guaranteed to blow your life
Anytime

Drop from above the ship as 
Playful as a pussy cat
Then momentarily out of action
Gerrard was out of gas
He yelled for the polearms, poor arm
She's out to get you

She's the Sliver Queen
Trample, Lifelink
Provoke with Flanking
Guaranteed to blow your life
Anytime

One of each color is it price 
Insatiable in appetite
Wanna try?
You wanna die.


Imagine (Sliver Version)
MTG and John Lennon parody by K-2

Imagine there's a Furnace
Where's easy to die
The hell below you
Above you only us
Imagine all the slivers
Flying today

Imagine there's no hope
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
'Cause you can't target us
Imagine all the slivers
Living life while you not

You may say
I'm a sliver
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will think as one

Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for artifacts or enchantments
A brotherhood of only us
Imagine all the slivers
Sharing all the world

You may say,
I'm a sliver
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will die as one


Meus bebês e a Rainha deles. *-*

"Os fractius são matreiros, os fractius são malvados;
E se você for devorado, ninguém irá chorar seu destino amaldiçoado."
—Rima infantil Mogg

E acho que essa é a primeira vez que falei de Magic no meu blog. O que é surpreendente, afinal, eu comecei a jogar em 2002, e nos últimos 2 ou 3 anos, é praticamente o que eu e meus amigos mais fazemos. Enfim, espero que tenham gostado, e até a próxima!

*sem aplausos pois o público não tem braços*

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A Música Mais Linda do Mundo

Caramba, quando foi que passou um mês? Parece que meu último post aqui foi semana passada. '-'

Se bem que eu andei muito bem ocupado e distraído nesse último mês, então né...

Só uma música que eu queria compartilhar aqui. Uma música que, na minha humilde opinião, é a canção mais bela e pacífica já escrita. :3

Espero que gostem!


Thank You
as made immortal by 
Led Zeppelin

If the sun refused to shine...
I would still be loving you.
When mountains crumble to the sea...
There'll still be you and me.

Kind woman, I give you my all!
Kind woman, nothing more...

Little drops of rain, whisper of the pain...
Tears of loves lost in the days gone by!
My love is strong with you there is no wrong...
Together we shall go until we die!

Inspiration is what you are to me!
Inspiration, look to see...

And so today, my world it smiles...
Your hand in mine we walk the miles.
Thanks to you it will be done...
For you to me are the only one!

Happiness, no longer sad...
Happiness, I'm glad!

If the sun refused to shine...
I would still be loving you.
When mountains crumble to the sea...
There'll still be you and me.

~♥~

domingo, 28 de outubro de 2012

Moments: Preciosidades da Faculdade

Hail hail leitores presumivelmente bípedes! Como vocês sabem, ou não, Moments é aquela seção aonde eu posto frases, conversas, anedotas e outras riquezas que surgem em minhas relações sociais! Tenho toneladas de frases para postar, mas aqui eu selecionei algumas que aconteceram na faculdade desde o ano passado até recentemente! Espero que se divirtam e quebrem uma ou duas de suas caixas de risos. =D

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Eu: Ninguém iria querer comprar nossos órgãos.
Renata: Sempre há um lugar pra você no mercado negro. :)

Ian: Tava querendo comer alguma coisa gorda...
Rodrigo: Tipo o quê? 
Eu: TIPO A TUA MÃE!

Danielle: Ah John, deixa eu experimentar seus óculos?
Eu: Tudo bem, mas aviso que eles têm um gosto ruim... 
Danielle: Han? Não entendi... Aah! ...nossa.
Ian: Você já contou piadas melhores, John.

*sala barulhenta*
Rodrigo: Ei Ian, eu acho que o pé desse seu banco que você tá desenhado tá meio grosso...
*sala fica em silencio*
Ian: Eu gosto grosso.

Profª: Quero que depois de vocês estudarem essas 4 definições de "criatividade", criem uma definição própria e...
Eu: *voz de Godinez* Mas por que criar mais uma se já existem tantas...?
Profª: Para eu saber qual a sua definição de criatividade e...
Eu: *voz de Godinez* Mas o quê importa o quê nós achamos...? Somos apenas alunos... 

*cantina barulhenta*
Eu: Nossa mano, Milkshake é TÃO BOM... Milkshakes são tipo o pus da espinha de Odin.
Rodrigo: E os churros são tipo o quê, então?
*cantina fica em silêncio*
Renata: O PAU DE ZEUS!
*constrangimento infinito*

Profª: A primeiridade é a epifania, o irracional, um momento muito curto e sem controle de duração. O autor cita o orgasmo como uma metáfora da primeiridade de fenomenologia na semiótica. A secundidade é a ação e a reação. Você está num bosque, debaixo de uma árvore e de repente algo cai na sua cabeça: "Ploft!" Então você sente...
Eu: ...Um orgasmo!

Renata: Cadê o Digo?
Eu: Nem te digo.
Renata: ...E cadê a Vivi?
Eu: Eu nem vi.
Renata: ¬¬"

Eu: Coisas que eu aprendi nos últimos 3 meses de faculdade: Não colocar meias no chifre do satã.

Ian: Acho que o Axl se atrasou pra subir no palco do Rock in Rio porque ele queria tocar November Rain mais fielmente.
Eu: Mas já estava chovendo durante todo o tempo que ele demorou...
Ian: É. Mas ainda não era Novembro.

*indo da facul pra estação, após uma seção de fotos para um trabalho, carregando uma katana embrulhada e vestindo camiseta social*
Eu: Sabe, sinto-me muito mais seguro andando assim.
Ian: Fala da katana? Mas você teria que desembrulhá-la antes de poder usar e-
Eu: Quê? Tô falando da camisa social, cara. Inspira respeito.

Eu: É legal ficar observando os alunos de teatro ensaiando e recitando no canto escondido deles, faz a facul parecer um lugar mágico... Mas daí eu entro naquele banheiro que sempre tem cheiro de mijo com miojo e a magia acaba. Então eu penso: Se existe alguma magia nesse mundo, ela está tão misturada com a chatisse que tudo acaba sendo apenas normal.

Eu: Uma enganação essas bases comunitárias da polícia, não te deixam entrar ali. Ou dar festas ali. Se é uma base comunitária, deveria ser uma base para todos! Deveria ser uma base livre! Comunitário é o meu rabo! ...NÃO, PERA.

GH: Qual o nome daquele macaco mesmo, o "otorrino"...?
Eu: Não cara, otorrino não é um tipo de macaco. Você deve estar confundindo com babuíno.
GH: Não cara, certeza que é otorrino... Sérião.

Elis: Não sei, os garotos alemães com quem eu converso são tão educados e bonitinhos... Não entendo como eles podem ter feito tudo aquilo com os judeus.

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E aaalgo me diz que ainda há MUITO por vir. xD
Cya people, may Odin watch over your victories and poetry!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Ausência lvl. 8001 (e Desabafo)

.
..
...
oilá.

Qualé, é difícil pensar numa forma de chegar em um público que notou a sua ausência por meses. (vocês notaram, não é mesmo? eu gosto de pensar que sim... eu sei que estão aí, os meus detectores de movimento indicam a sua presença!)

Mas ok, agora eu preciso ser muito sincero com vocês. Com TODOS VOCÊS dois leitores e uma chinchila manca. Que eu tanto prezo e me dão audiência. O motivo de todos esses meses sem nem mesmo um post fuleira foi... que...

 Bem, eu fui digiescolhido.


Aposto que vocês conseguem ouvir a guitarra.


Mas de certa forma, é sério. Se eu fui digiescolhido, meu brasão era a depressão. Não estava fazendo graça quando disse que precisava ser sincero. Esse post será sobre mim, então leiam por conta própria ou não.

O lance é que eu descobri que desde algo em torno dos 12 anos, apresento indícios de depressão. E meio que notei que isso é algo que está em quase toda a minha família, em diferentes níveis, então... Não, não é algo passageiro. Eu sempre achei que fosse. Que eu estava triste por algo não ter dado certo, ou triste porque fiz determinada coisa errada, ou triste por estar com sono ou com fome, ou triste por que tal relacionamento acabou, ou triste pelo Zordon nunca ter voltado aos Power Rangers... Mas não, eu sempre me senti pra baixo desse jeito, empurrando as coisas com a barriga e dizendo que ia passar, que no dia seguinte eu seria mais ativo ou faria tal coisa, porque eu sou assim.

Por muito tempo eu não admiti isso nem pra mim mesmo, escondendo minha vergonhosa incapacidade para socializar ou cumprir tarefas simples, numa espécie de aparência boba, engraçada, nonsense, otimista e preguiçosa. Era praticamente assim como todos me viam e como eu queria ser visto. Por algum motivo, achava que seria considerado "mimimizento" se falasse de depressão, e sempre odiei aparentar fraqueza. Bem, não que isso mude minha força, pois viver com depressão é uma luta diária, cara. Mas bem, também achava que seria considerado trapaceiro ou enganador se dissesse que não faço as coisas ou que não levanto da cama porque "tô down demais". Então sempre evitei sequer pensar nisso, inventado desculpas. E, casos à parte, eu sempre odiei aquelas pessoas que ficam chamando atenção nas redes sociais dizendo o quanto estão tristes e sem propósito e blábláblá. Talvez essa raiva inconsciente viesse de que eu, quando me sentia assim, escondia e tentava aparentar o contrário, então achava idiota ficar chorando em voz alta por isso.

Mas, para aquele que convivem comigo, meus amigos e amigas e alguns pedaços da minha família, com o tempo, acabam tendo a impressão errada com algumas coisas que eu faço ou deixo de fazer, justamente por não saber de tudo isso. Bem, agora eu estou falando, pois achei importante deixar aqueles que se importam à par desse detalhe sobre mim. O que mudou para que eu admitisse isso para eu mesmo recentemente, foram séries de desabafos com algumas amigas muito especiais, antigas e novas, devido à diversos acontecimentos que me deixaram à flor da pele, puxando-me numa pilha de nervos até que eu explodi. A depressão também piorou claramente, talvez por eu tê-la negado por tantos anos, crescendo exponencialmente e nunca "melhorando depois de amanhã". Mas principalmente, foi o medo de perder certas pessoas que não me entendiam. O que é completamente compreensível, afinal, sempre tive esse sentimento de "incompreendido", mas como poderia ser compreendido se eu não permitia aos outros me conhecerem? Se eu não me permitia conhecer-me? Acredito que ter identificado essa depressão, e aprendido a falar de mim mesmo (o "eu" de verdade, não o "eu" que eu achava correto e gostaria de ser visto), são um grande e bom passo.

As coisas estavam tão acumuladas que eu não derramava uma única lágrima há mais de 3 anos, mesmo em situações de falecimentos... É, eu estava tensamente trancado. Mas isso já passou, em parte. Não vou dar detalhes de como essas coisas são, pois primeiro que nem mesmo sei como falar sobre alguns assuntos, e segundo porque é pessoal demais. Mas estar começando a falar disso com algumas pessoas, e aceitando, já mostraram alguma melhora, e é bom. O ruim é que eu me afundei tanto antes de perceber, que vai demorar um longo tempo pra subir de volta. Mas estou construindo minha escada, e ela consiste basicamente em amigos e amigas, aqueles que de uma forma surpreendente, me mostraram que pessoas podem sim preocupar-se com outras que não tem relação de sangue com elas. Pessoas podem ser boas. E eu posso não sentir a falta de qualquer outra crença, mas se tem algo que eu acredito e considero bom, é o amor dentro das pessoas. Amizade.

Creio que a depressão em si não é algo que vá acabar, é simplesmente assim e pronto com muitas pessoas. Mas eu posso ao menos voltar a um nível de menor inércia. É difícil desprender-se de certos costumes e dependências, mas para manter a roda girando todo mundo precisa constantemente fazer coisas novas e conhecer pessoas novas. E claro, continuar sempre a fazer as coisas comuns que te animam, assim como manter-se com as pessoas já conhecidas que lhe trazem um sorriso verdadeiro. Deixar a água parada acaba deixando um gosto ruim no copo da vida. (ui, profuMdo)

É isso, esse foi meu desabafo, e agora estamos todos na mesma página. :D (menos a chinchila, porque ela não sabe ler.)

O lado bom é que tenho MUITO material acumulado pro blog (a maioria muito idiota), então fiquem ligados!
Cadois aqui,
Cadois fora! o/

(EDIT: Aé, eu estou vendendo meu violino, praticamente novo. alguém interessado? 250 pila~  xD)
(EDIT 2: E acabei de mudar VIOLENTAMENTE o layout do blog, o que acharam? :3)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Here They Are: The Beatles!

Por increça que parível, ainda me deparo com pessoas que não conhecem bem os Beatles. A maioria tem aquela imagem fixa na cabeça: Quatro garotos de Liverpool com cabelos iguais e ternos, correndo de uma legião de fãs esganiçadas. Não que esteja errado, sim, eles foram assim em seu começo, mas há tanto mais a ser explorado! Esse post é para os leigos curiosos em conhecer suas fases musicais, e para os fãs que nunca negam um pouco de Beatlologia durante o seu dia. :D

Tudo começou com John Lennon em 1957, quando formou sua banda de skiffle (ritmo popular da época na Inglaterra) com alguns amigos de seu colégio Quarry Bank School. A banda chamava-se The Quarrymen. Com o tempo, esses amigos escolares começaram a sair um a um e deram lugar para Paul McCartney e George Harrison. Como os dois não eram do mesmo colégio que John, não ficava mais legal chamar a banda de Quarrymen, e então ao longo de diversas transformações ("Johnny and The Moondogs", "Long John and The Beetles", "The Silver Beetles"...), a mudança radical surgiu: Lennon, que era conhecido por dar diversas versões da história, ironizou num artigo de revista que teve uma visão onde um homem, numa torta flamejante, dissera: "Vocês serão os Beatles, com A." Já dá para ver um pouquinho do humor inglês, quase pythonesco, da banda.

Lançaram seu primeiro álbum apenas em 1963, quando entrou o baterista permanente Ringo Starr, e o álbum foi chamado Please Please Me. No ano seguinte, a Beatlemania já havia inundado o Reino Unido e chegado aos Estados Unidos.

Me surpreende ainda mais alguns acharem que eles eram inocentes... Como disse uma vez meu amigo Capelo, os Beatles eram muito safadinhos, cheios das indiretas. "Well she was just seventeen, if you know what I mean..." ;D

Eles continuaram com essa mesma fórmula até 1965, lançando dois álbuns por ano: With the Beatles (também de 1963), A Hard Day's Night e Beatles for Sale (1964), e então Help! e Rubber Soul (1965). Neste último começamos a ver as mudanças, inevitáveis em um mundo em plena mudança histórica e musical (em grande parte devida a eles), e a idéia de até aonde a criatividade poderia ir no rock and roll começa a se expandir... Em Rubber Soul, graças aos interesses indianos de George Harrison, vemos a primeira música do gênero a envolver uma sítar:

"She asked me to stay and she told me to sit anywhere... So I looked around and I noticed there wasn't a chair." ;D

E eis que, em 1966, temos o álbum dito como a libertação criativa dos Beatles e a fuga do pop rock: Revolver! Ele marca a adoção do psicodelismo pela banda: Alterna-se desde a música indiana "Love You To" ao êxtase puro de "Got to Get You into My Life", da solidão orquestrada de "Eleanor Rigby" ao experimentalismo psicodélico de "Tomorrow Never Knows", e o hino ufanista de "Yellow Submarine". Com os Beatles, o mundo embarcaria no submarino amarelo da fantasia, pronto para viver toda a loucura dos últimos anos da década de 60! 

Solos de guitarra invertidos e sítar distorcida, com uma mensagem profunda e conceitual sobre a vida... "Turn off your mind, relax and float down stream..."

A partir de então, os Beatles tornaram-se uma banda de estúdio. A pressão das grandes turnês, as fãs enlouquecidas, a responsabilidade... Para eles, chega. Nunca mais pisaram num palco. Até mesmo a pressão de gravar um novo álbum com o nome da banda era demais para eles. Para o álbum seguinte, encontraram uma divertida solução: SER OUTRA BANDA!

A BANDA DE CORAÇÕES SOLITÁRIOS DO SARGENTO PIMENTA! 
(ou algo assim, entendam como quiserem)

A fórmula agora era não ter limites! Psicodelismo, experimentalismo, músicas orquestradas, calmas ou agitadas... Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club BandMagical Mystery Tour (1967) foram os álbum de escape psicológico dos Beatles, que frequentemente são citados como os mais inovadores e influentes da história da música.

E adeus aos terninhos e o cabelo arrumado. Se nada mais fazia sentido no mundo, e tudo mudava... Por que eles deveriam se manter presos às mesmices? Tudo pode ser posto em dúvida... "I am he, as you are he, as you are me, and we are all together! I'm the eggman... They are the eggmen... I'm the walrus! Goo goo g'joob!"

E veio 1968... Os Beatles não eram mais uma banda de pop rock, nem uma banda brisada e experimental... Suas fases de crescimento haviam acabado, e agora eles estavam amadurecidos musicalmente. Não eram apenas uma banda de rock, mas sim quatro músicos, dos melhores no mundo, compondo em conjunto. 

Era a vez do primeiro e único álbum duplo da banda, o maior de seus trabalhos (em número de canções, embora muitos dirão que em qualidade também), e ele foi chamado... Opa, ele não teve um nome! Apenas um encarte branco, com The Beatles escrito em relevo na frente. O "Álbum Branco" mostrou ao mundo todas as facetas e personalidades do quarteto (e o começo de suas brigas de ego que acabariam colocando um fim na banda mais tarde)

E o que poucos sabem é que foi desse álbum que veio uma música que é frequentemente citada como a primeira na história a ser influência para os futuros gêneros do hard rock e heavy metal:

"I'VE GOT BLISTERS ON MY FINGERS!"

E então, o último ano da banda antes de sua separação foi marcado pelo lançamento de seus 3 álbuns finais.

Yellow Submarine (1969) foi lançado apenas como a trilha sonora do filme homônimo, e talvez por isso tenha sido o único álbum da banda a não alcançar o 1º lugar no Reino Unido e nos EUA (curiosamente, ficou em 2º, atrás do próprio Álbum Branco lançado 2 meses antes). Embora o álbum tenha o lado B apenas com músicas orquestradas do filme que não são de autoria da banda, e o lado A tenha apenas 4 canções inéditas, entre elas encontra-se uma de minhas favoritas:

Ritmo forte, viciante, entusiasmante... E quase desconhecida para quem não é fã. "You can talk to me! If you're lonely you can talk to me!"

Mas agora, falando sério...

Abbey Road (1969)

Não vou falar nada sobre esse álbum. Apenas que ouça-o, assim que puder, se nunca o ouviu inteiro antes.

E em 1970 a magia estava acabada, os anos 60 ficaram para trás, junto com os Beatles. Em seu lugar chegaram outras bandas: Led Zeppelin para mostrar o que é o hard rock. Black Sabbath para ensinar o heavy metal. Ramones para inventar o punk. Todos com muito a agradecer por toda a inspiração e criatividade que os quatro garotos de Livepool lhes deixaram. Mas não sem antes um último álbum, gravado um ano antes e guardado até então:

E também um último show, o único desde que eles deixaram os palcos em 1966, situado na cobertura do prédio da Apple (gravadora que eles mesmos criaram), para toda Londres escutar. Apenas 21 minutos da antiga magia, mas você pode assistir AQUI!

Acabou, mas ah, tudo bem. Depois começaram as carreiras solo! Talvez algum outro dia eu fale delas. Ou não. ^^/

Todos juntos agora! :D

sexta-feira, 11 de maio de 2012

The Hills are Alive with the Sound of Music

Tem quem não vive sem um deus, ou deuses... Ou quem não vive sem outro alguém... Ou quem não vive sem um padrão de consumo e riquezas adquiridas constantemente... Tem gente que não vive sem uma leitura ou sem amigos, ou sem algum passatempo que o descontraia e tire-o da realidade... Enfim.



Para mim, o que funciona como um "deus", é a música. Livros de fantasia são uma ótima fuga, sim. Escrever é muito bom quando se tem algo a fluir de sua mente, e amigos são a melhor das companhias e bases com que se pode contar... Mas foi quando comecei a ouvir, atentamente, música, que eu comecei a me encontrar, a me formar. E é aonde eu realmente sustento a minha alma, crescentemente. Seja ouvindo-a, cantarolando-a, lendo-a, escrevendo-a ou tocando-a até onde eu sou capaz. Para mim, ela é a essência da vida.

Como cantaram Sérgio Dias, Arnaldo Baptista e Rita Lee: "Posso perder minha mulher, minha mãe, desde que eu tenha o rock n' roll!"



Meio mórbido? Bem, infelizmente perder pessoas e outras coisas faz parte da vida, e aprendemos a continuar sem elas. Mas o que nos faz continuar? Muitos respondem com um deus ou religião. Outros ocupam-se de qualquer coisa, tanto faz. Para mim, quem sempre me escutou nos momentos de necessidade (embora tecnicamente seja o contrário), foi a música. Assim como quem me deu impulso nos momentos de entusiasmo, e por aí vai.

E não me levem a mal, não estou limitando a música apenas como o rock n' roll. Outros bons gêneros são tão admiráveis quanto, individualmente, cada um de sua forma e no seu momento de ser escutado. Música clássica orquestrada, música cigana, folclórica e contemporânea... Gosto de todos os gêneros que eu consigo chamar de "música". Mas, claro, não é segredo para ninguém, eu sou um cara do rock n' roll. Do bom e velho, eu quero dizer. Pois é no rock n' roll que eu mais me encontro em suas letras. É nas falas, nos discursos e na atitude de alguns artistas e bandas do gênero que eu realmente absorvo suas canções e torno suas letras partes de minha vida. De minhas regras.



É na filosofia de John Lennon, na fantasia épica de Jimmy Page e Robert Plant, na paixão transbordante de Jimi Hendrix e Janis Joplin, nas convicções inconscientes de Jack White e nos desabafos e gritos de Dave Grohl e tantos, tantos outros nomes que eu consigo entrar em acordo e tomar seus hinos como meus.

E é isso que me distrai, me sustenta e me acompanha a cada momento de minha vida, seja na cabeça, no fone ou no estéreo. (além de oxigênio e bastante comida, é claro, rs)

Ah, música. ♥

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Coletânea de Poemas Toscos

Com um espírito de nostalgia e boas lembranças, decidi registrar aqui no blog alguns dos poemas toscos que eu e minhas amigas Lise e Isis costumávamos escrever no Ensino Médio.

Um ou dois eu escrevi sozinho, mas a maioria foi com a ajuda de uma delas. Outros, cada um de nós escrevia uma frase e íamos completando. Os resultados iam de terrível a horrível. Se você procurar no Universo por poemas piores que esses, apenas a prosa Vogon ganhará. (não, sério, Tinha Uma Pedra No Meio Do Caminho consegue fazer mais sentido)

Mas eu acho que dá para ao menos dar umas boas risadas. Espero que gostem!

"Rosas são vermelhas,
cachorros são cor-de-cachorro.
O dia é tão bonito como um babuíno pegando fogo,
assim como o porquinho-da-índia rolando do morro."

"Um cão,
outro cão.
Um morreu,
o outro não!"

"Laço amarrado, 
ferrado azarado, 
com queijo no sapato. 
Capim ainda é mato?
Na fila fui barrado,
fui pego no ato 
jantando um pato! 
Quá, quá, quá."

"Ão, ão, ão, 
Bobby gosta de sabão 
com cheiro de limão.
O Bobby é Bobo, 
Bobo Babão. 
'Babum!' ele diz. 
Babá no alçapão!"

"O ônibus estava lotado,
realmente apertado.
Neste dia eu perdi o rim 
e as pessoas riram de mim!"

"Ente, ente, ente.
Atiraram-me uma corrente!
O golpe passou rente
e quase fiquei sem dente!"

"O macaco que come banana!
O macaco se chama Ana.
O macaco é gay, 
e disso eu sei."

"Esse é o meu celular.
A bateria vai acabar,
ele vai tocar
mas não irá vibrar.
Um choque poderei tomar: 
'CABRUM, aaau!'
Mas que animal, 
ele gosta de bacalhau!"

"O verão está chegando, 
e os elefantes-rosa estão migrando.
Passarão o verão na Rússia,
país conhecido pelas suas montanhas.
Lá não é um país tropical, 
então eles não plantam cacau.
O cacau vira chocolate:
Só cai bem com leite parmalat!
O cachorro late: 
'Ruff, ruff, ruuuuff...'"

Agora a coisa começa a piorar. Os próximos poemas foram escritos depois de uma conversa sobre como é bom que melancias não dão em árvore, pois matariam se caísse em alguém, e que o PIOR LUGAR para se estar durante um terremoto seria debaixo de um coqueiro ou um pé de jaca...

"Era uma vez um pé de jaca
num terremoto.
Passou um cara de moto:
BUUUM!!!"
(esse me dá vergonha... não que eu me orgulhe do resto.)

"O pequeno Billy estava andando,
quando ele se pegou perguntando:
'Um pé de jaca está nascendo?
Por causa dele alguém vai acabar morrendo.'"

E a partir daqui, foi uma linha por cada pessoa. Podem ter certeza que as menores e menos relacionadas frases foram da Lise, por exemplo: O próximo poema foi na ordem Isis-Cadois-Lise, já os outros eu não tenho certeza.

"Um terremoto na selva...
Lá tinha uma relva!
Sei lá,
eu vou passear.
Não quero saber da selva,
só quero nanar!"

"Um dia, estava dormindo,
quando me peguei acordado.
E eu estava sonhando
que estava caçando um veado...
Matei ele com um cajado,
em cima do Condado.
Eu não tive pena do coitado!
'Cocoricó!' O dia amanheceu,
e não tem café da manhã 'pra eu'."
(os 3 primeiros versos desse poema fazem tanto sentido quanto um babuíno em chamas rolando o morro)

"Eu gosto de vermelho,
mas não gosto daquele pentelho!
Ronaldo...
Brilha muito no Condado,
aonde o Sol nasce quadrado."

"Aula de Técnica de Redação:
Não, não vamos fazer lição!
A professora vai brigar com a gente...
Somos um 'bandidemente'."

"Eu comi bacalhau ontem.
Mentira!
Eu vou comer maçã,
porque somos todos filhos de Tupã!
Tucano, 'crá crá cráá!'
O bico dele vai quebrar. 
... Acho que falta uma frase pra encerrar.
Mas vai assim mesmo, estou com preguiça de pensar."

"O nome dela era Zuleide...
Grande Zuleide coração de leão!
Passava as manhãs tomando chá com manjericão.
Ão ão ão, manjericão não é limão!
Que coisa não?"

"A 'Elaize' é uma chata,
e tem cara de pata!
Eu vou para a casa da minha vovó
assistir Cocoricó!"

"Nessa folha tinha espaço para mais uma poesia.
...Oi tudo bem?
Bora lá,
eu vou passear..."

Eu gostaria de pedir desculpas por existir depois de ter participado da escrita dessas... Coisas. Mas vejam bem, éramos 3 dementes realmente muito entediados durante algumas (todas as) aulas.

Mas, para terminar, tem mais um! Foi escrito esse ano, também uma linha por cada um, apenas para relembrar os bons tempos:

"Eu nasci num ovo,
vestindo um mágico gorro
e luvinhas com forro!
No meio do grande povo,
na verdade, eu sou um polvo!
Que solta arco-íris ao invés de tinta preta,
e bateu na cara com a marreta.
Eta!"

E nenhuma melhora foi percebida!
Obrigado por desperdiçar o seu tempo aqui, e até a próxima! :D

sábado, 31 de março de 2012

Sonho do Internato Sulista

Olá micro e macro humanos que leem esta bodega desatualizada! Cheguei bem a tempo de impedir que Março passasse batido sem posts! 8D

E isso graças ao meu trip brother Quejinho, que me lembrou que sonhos dão bons posts. o/

Bem, neste sonho, por algum motivo, eu havia entrado para um colégio interno severo em São José dos Ausentes (uma cidade bem fria de RS, divisa com SC... e com fria quero dizer que esses dias já fez 2ºC por lá! *-*), se é que podemos chamar aquilo de colégio, pois não me lembro de ter sonhado com alguma aula. xD

O "colégio" era na verdade uma casa, num terreno bem amplo localizado em campos interioranos, mas toda cercada por muros altos como os de uma prisão- digo; escola. Havia a casa em si, bem grande, com cozinha, sala de convivência e os quartos das garotas. Atrás da casa havia um quintal bem grande com árvores de todo tipo de frutas, e ao fundo havia mais uma estrutura de quartos e banheiros, esses dos garotos.

A "cantina" era a própria cozinha da casa, a merenda era feita por algumas cozinheiras, os garotos faziam fila na janela que dava pro quintal, e as garotas na porta da cozinha dentro da casa mesmo. Algo bem improvisado, por sinal.

Já com "severo" eu quis dizer que tanto a casa principal quanto o cortiço dos garotos não eram pintados, estando no concreto ainda, aparentemente há anos (como o sobrado da minha vó, para quem conhece). E cada pessoa só podia levar consigo uma pequena mochila de objetos pessoais, oferecida pelo colégio.

Pelo que me lembro, na minha mochila eu levei minha pasta de Magic, meus decks, um caderno de desenho em branco, meu estojo de desenho e lápis de cores.

Não me lembro quem eram meus companheiros de quarto, provavelmente porque como estava no sul, nenhum deles me eram conhecidos... Nisso o sonho meio que fez algum sentido, até. Mas eu e esses meus novos amigos já estávamos bem próximos, correndo até a cantina juntos, jogando Magic de madrugada com lanternas (era proibido ficar acordado), e brisando ouvindo Pink Floyd (para minha sorte um deles havia levado uma mochila cheia de CDs, pois pelo visto qualquer tipo de celular, computador ou MP3 eram proibidos).

Mas lembro muito bem das minhas amigas sulistas que eu reconheci no sonho. Encontrei-as uma de cada vez, em momentos aleatórios.

A Tuti foi quem apareceu logo de cara, surgindo na janela do nosso quarto pouco antes do meu primeiro almoço lá, e eu podia jurar que havia trancado essa janela. xD

Ela chegou saudosa e tresloucadamente, dando-me boas vindas, e dizendo que qualquer dúvida sobre como eram as coisas por ali, ela podia me responder. Dizia confiantemente que conhecia todos os segredos para sobreviver no internato, e me deu dicas de como conseguir as melhores partes do almoço antes que acabassem, e o que era servido cada dia. Meus colegas de quarto a tratavam como uma respeitada senpai, e concordavam com tudo que ela dizia, mas eu tinha algo mais em mente a perguntar pra ela... Eu sabia que estava em RS, queria ir ver uma amiga e perguntei se ela sabia como sair do colégio fora dos feriados. Ela apenas respondeu "Escapadas tu pode tratar com minha amiga que entende muito mais disso. Ela estará de volta antes do anoitecer.", e logo após terminar sua rápida invasão, ela deu uma cambalhota de costas através da janela e desapareceu na moita do lado de fora~

Logo após o almoço bem sucedido graças às dicas da "Tuti-senpai", passei a tarde com meus amigos jogando Magic, até que ao entardecer fui dar uma volta sozinho ao redor das paredes do colégio, para ver se encontrava essa tal "mestra das fugas" que havia ouvido falar.

Eis que, saindo de outra moita aos pés do muro, vestindo uma farda camuflada de exército como se aquilo realmente ajudasse, reconheci a Tami! \o/

Quando a chamei pelo nome, ela disse "Shhh!" e fez sinal para que a acompanhasse até a janela do quarto dela, aonde ela fez sinal para que eu esperasse do lado de fora e entrou. E apenas 5 segundos depois ela voltou, dessa vez vestida normalmente. xD

"Olá Senhor K-2! Fiquei sabendo que tu já está querendo arrumar uma saída discreta, por assim dizer. Que apressado, tu acabastes de chegar!"

Então conversamos e ela foi me contando sobre coisas como os turnos dos inspetores, pontos cegos das câmeras e buracos escondidos nos muros. Ela costumava fazer essas fugas todos os dias para se encontrar com o namorado dela do lado de fora, e pelo visto todo dia os inspetores procuravam por ela. xD

Quando percebi já estavam dando o toque de recolher. Eu já estava me apressando para o meu quarto, mas a Tami me segurou e disse mais uma coisa:

"Eu acho que tu nem vai precisar desse conhecimento todo que te passei, K-2. Eu posso chutar quem você quer ver, e ela tá aqui todo dia, lendo..." - nesse momento algum inspetor veio apontando a lanterna na janela aonde estávamos e soou um apito, então a Tami cambalhotou-se para dentro do quarto dela. Sem tempo para perguntar-me se sair de moitas e dar cambalhotas através de janelas tinham virado algum tipo de moda, eu corri~ /o/

"Duh, que idiota eu fui!", pensei aquela noite. É óbvio que se a Tuti estava aqui, essa minha amiga que eu queria tanto ver também estaria. Eu devia ter perguntado por ela logo de cara assim que a Tuti apareceu falando sobre o lugar.

No dia seguinte, antes do almoço, por algum motivo eu sabia exatamente aonde encontrá-la.



E lá estava ela, no meio do quintal, encostada embaixo de uma árvore de alguma fruta amarela (maracujazeiro, pereira, limoeiro, whatever), escrevendo em um caderno. Eu sorri. :)

"Pensei que você estaria lendo." disse, chegando de surpresa.
"To escrevendo um pouco, pra variar. Quer ver se está bom?" ela perguntou, como se eu estivesse ali todos os dias.

Sentei-me ao seu lado e li o texto, embora não lembre do que estava escrito. Mas estava bom, como esperado dela, e então perguntei o que ela andava lendo. Pelo que ela respondeu, desafiando toda a física e lógica, ela havia trazido mais de meia dúzia de livros na mochila dela, além desse caderno. E pelo que pude reparar ao seu lado, alguns bichinhos de pelúcia; reconheci o Cheshire Cat e o Kon.

"Aliás, fiquei esperando. Tu demorou, sabia?"

O sonho só foi decepcionante por eu ter acordado~

(Três dias no colégio, três amigas que reconheci, eu também tinha três colegas de quarto... Peraí, foi esse mais um sonho envolvendo o número 3, produção? *desenvolve paranóia*)

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Classicassos da Rádio #5 - (They Long to Be) Close to You

Oe oe oe, faz tempo que eu não continuava essa seção! o/

A música dessa vez é uma bem calminha... Totalmente tranquila. ¦D

Na verdade, ela nem é rock. Tá mais pra soft pop, ou algo assim... Mas MEUA MIGO, é The Carpenters, então não julgue precocemente!

Talvez vocês a reconheçam de alguma cena romântica qualquer em filmes, ou então do filme dos Simpsons~ xD

Sem muita enrolação dessa vez, lá vai:




(They Long to Be) Close to You
as made famous by
The Carpenters

Why do birds suddenly appear
Everytime you are near?
Just like me, they long to be
Close to you

Why do stars fall down from the sky
Everytime you walk by?
Just like me, they long to be,
Close to you

On the day that you were born
The angels got together
And decided to create a dream come true
So they sprinkled moondust in your hair
And golden starlight in your eyes of blue

That is why all the girls in town
Follow you, all around
Just like me, they long to be
Close to you

On the day that you were born
The angels got together
They decided to create a dream come true
So they sprinkled moondust in your hair
Of gold and starlight in your eyes of blue

That is why all the girls in town
Follow you, all around
Just like me, they long to be
Close to you

Just like me, they long to be
Close to you

Woo... close to you...

:3

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Entediado

Então, aqui estava eu, entediado, pra variar. 

Eis que vi um post tanto quanto curioso no 9gag:
http://9gag.com/gag/2288186

Achei interessante, abri a página e vi que os comentários suportavam a plausibilidade de tal experimento... Então por que não tentar?

Peguei dois garfos, um palito de dente, uma caneca, um isqueiro e...

Funcionou!

 Pics or it didn't happen:
A parte mais difícil foi encaixar os dentes dos garfos. 

Isso acontece porque o centro da massa é o centro da gravidade, que no caso está entre os dentes dos garfos, então o palito funciona apenas como suporte. Sendo assim podemos nos livrar de toda a parte inútil do suporte sem afetar o equilíbrio do todo. Mas mesmo assim isso parece tão errado...



 "Hello, God? I would like to report a bug!"




"Ah, tá explicado."

Até a próxima! =D

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Starting Fresh (or at least trying to)

Se eu tivesse uma banda e fôssemos lançar nosso primeiro álbum, acho que esse seria um bom título. =D

Mas não tenho, e também faz tempo que não tenho postado nada aqui. Na verdade fazia muito tempo que eu não fazia lá muita coisa.

Esse novo ano de 2012 só começou na real pra mim esse final de semana. Mas por quê?

Talvez eu tenha andado meio deprimido, fiquei de saco cheio e arrependido logo no dia 1, não comemorei porra nenhuma e nem tentei ver motivo pra agir diferente de um dia para o outro.

Afinal, o que significa todo esse alvoroço e mudanças de atitudes no ano novo? Universalmente falando, é só mais um dia comum, nós que definimos que algo acontece nele. Mas universalmente falando, nós também não somos nada significante, então talvez esse não seja um ponto de vista muito válido quando você quer achar uma razão para alguma coisa...

Mas percebi que nem é por isso que a virada de um ano é importante ou não. O fato é que as pessoas precisam se reciclar e se encher de novo combustível de tempo em tempo... Bem, pelo menos eu preciso, não sei sobre você, né?

Não diria que estou completamente bem, mas estou começando denovo, ou pelo menos tentando!

E que esse começo seja com uma viagem, afinal, to precisando de um tempo de qualquer paisagem rotineira.
IT'S MY LIFE, IT'S NOW OR NEVER!

Você nunca terá um bigode tão épico quanto o desse ucraniano.

Wonderlust King
Gogol Bordello
Composição: Eugene Hütz

Back in the day, yo as we learned
A man was not considered to be
(Considered to be fully grown)
Has he not gone beyond the hills
Has he not crossed the seven seas
(Yeah, seven seas at least)

Now all them jokers kept around
Just like the scarecrows in hometown
(Yeah, scarecrows in hometown)
From screen to screen they're travelling

But I'm a wonderlust king
I stay on the run
Let me out
Let me be gone
In the world beat-up road sign
I saw new history of time
New history of -

Through Siberian woods
Breaking up their neck
(Yeah, breaking up their neck)
Chinese moving in, building discoteques
(Yeah, building discoteques)

Tran-Siberian sex toys and whatnot
(Yeah, why not?)
Well, at least it's something different
From what they got in every other airport


Je ne Jevrei, no koje-chto pohozhe
Sovrat ne dast ni Yura ni Seryozha!
Simply because I'm not a total gadjo
Da ja shut, ja cirkach, nu tak chto-zhe?

I travelled the world looking for understanding
Of the times that we live in
Hunting and gathering firsthand information
Challenging definitions of sin

I travelled the world looking for lovers
Of the ultimate beauty
But never settling in...

I am a wonderlust king
I stay on the run
Let me out
Let me gone
In the world's beat-up road sign
I saw new history of time
New history of-

And presidents
And billionaires
And generals
They'll never know
They'll never know
What I have owned
What I have owned...

I am a wonderlust king!