"And now for something completely different..."

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Classicassos da Rádio #6 - Dominion, Mother Russia

Seção abandonada há quase um ano... Literalmente. '3'
Tentando voltar com um pouco mais de movimentação por estas bandas, tenho bastante músicas que se encaixam no requisito estabelecido por mim mesmo para postar Classicassos da Rádio - músicas legais que eu não sabia de onde ou de quem era quando criança, mas que recentemente descobri ou relacionei.

Nem tão recentemente assim, mas já faz um tempo que estou num clima de ouvir bandas mais alternativas, e essas duas músicas resumem bastante o estilo que estou apreciando. Espero que gostem! o7



Dominion, Mother Russia
as made famous by
The Sisters of Mercy


In the heat of the night
In the heat of the day
When I close my eyes
When I look your way
When I meet the fear that lies inside
When I hear you say
In the heat of the moment
Say, say, say!

Some day, some day, some day, Dominion
Come a time
Some day, some day, some day, Dominion
Some say prayers
Some say prayers
I say mine

In the light of the fact
On the lone and level
Sand stretch far away
In the heat of the action
In the settled dust
Hold hold and say
In the meeting of mined
Down in the streets of shame
In the betting of names on gold to rust
In the land of the blind
Be...King, king, king, king!

Some day, some day, some day, Dominion
Come a time
Some day, some day, some day, Dominion
Some say prayers
Some say prayers
I say mine

Some day, some day, some day, Dominion
Some say prayers
Some say prayers
I say mine

In the heat of the night
in the heat of the day
When I close my eyes
When I look your way
When I meet the fear that lies inside
When I hear you say
In the heat of the moment
Say, say, say!

Some day, some day, some day, Dominion
Some say prayers
Some say prayers
I say mine
I say mine
I say mine

We serve an old moan in a dry season
A lighthouse keeper in the desert sun
Dreamers of sleepers and white treason
We dream of rain and the history of the gun
There's a lighthouse in the middle of Prussia
A white house in a red square
I'm living in films for the sake of Russia
A Kino Runner for the DDR
And the fifty-two daughters of the revolution
Turn the gold to chrome
Gift...nothing to lose
Stuck inside of Memphis with the mobile home, sing:

Mother Russia!
Mother Russia!
Mother Russia rain down down down!
Mother Russia!
Mother Russia!
Mother Russia rain down!

~

domingo, 13 de janeiro de 2013

Adivinha!

Eu admiro muito as pessoas que utilizam a sua capacidade de começar uma conversa ou contar algo sem fazer suspense ou te preocupar desnecessariamente, deixando claro o assunto desde o início.

Primeiramente porquê, quando alguém diz a frase "precisamos conversar", é apenas natural que o recebedor da sentença reveja toda sua vida e possíveis problemas em que ele possa estar metido. Segundo, que muita gente acha que você deve lembrar-se de algo relacionado a ela, quando na realidade é muito mais difícil lembrar de algo que não te interessa num momento específico. Principalmente se você estiver impaciente ou ocupado.

Eu sou muito impaciente, e fico facilmente nervoso quando esse tipo de coisa acontece. Quando alguém diz "Precisamos conversar!", sem especificar de antemão o assunto que deverá ser conversado posteriormente, ou quando alguém começa uma conversa com aquele "Adivinha?" ou semelhante, eu costumo apenas ligar o foda-se.

Mas nem sempre, necessariamente, digo "Foda-se." É mais comum eu apenas levar a conversa nesse clima.

- Adivinha!
- *suspira* Você finalmente descobriu sua homossexualidade latente? (qualquer coisa que vem à cabeça, por mais nonsense ou inespecífica que seja, normalmente nem penso enquanto escrevo meu palpite)
- Não, sério, tenta adivinhar!
- Não, sério, esse é o meu palpite.
- Então tente outra vez!
- *suspira* Você botou um ovo?
- Affs, não dá pra levar você à sério
- Então vai tomar no cu.

Embora na maioria das vezes, eu apenas espere a pessoa continuar o assunto, sem dar nenhuma resposta. Se a pessoa não falar mais nada, a conversa acaba ali.

- Você não vai acreditar o que aconteceu!
*fecha a janela e espera um contato mais decente por parte do plebeu*

Em outros casos, a pessoa apenas quer que eu tente adivinhar ou lembrar de algo que, supostamente na mente dela, eu deveria lembrar durante aquele momento ou assunto específico.

Mas, nesses casos, essa pessoa é tão recompensada por sua esperança inocente em meu interesse e paciência, que ela ganharia mais indo chupar um canavial de rola.

~

Só um assunto que achei engraçado e queria compartilhar com vocês, espero que tenham gostado. :)
Comentários são bem apreciados, principalmente quando servidos com polenta.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Testemunhas de Toyota

Long story shortened: Eu me converti.

Essa história aconteceu há alguns dias atrás, quando eu fui passar o final de semana na casa da minha namorada... E aconteceram alguns eventos que acabaram mudando a religiosidade de muitos ateus ali presentes.

Bem, assim como muitas experiências espirituais, talvez essa história não tenha muita graça e nem faça muito sentido para quem não estava envolvido. Nesse caso, eu não estou nem aí! (mas tentarei explicar tudo da melhor forma possível)

Tudo começou na Estação Butantã, enquanto esperávamos a amiga da mãe da Michelle - Paula - nos buscar com o famoso e controverso carro que pertence à mãe da Michelle. Heh, quão tolos nós éramos naquela época, achando que tudo daria certo... Tamanha ingenuidade nos foi arrancada num ímpeto estuprador do destino. Enquanto esperávamos, nós dois tivemos uma breve conversa sobre palavras aleatórias para se inserir repentinamente no meio de qualquer diálogo, e chegamos à conclusão de que POLENTA é uma palavra detentora de um imenso potencial aleatório.

- E eu tava lendo sobre isso ontem na internet, parece bem verídico e tal.
- Não, mas polenta.
*risos*

Uma vez dentro do carro, com a Paula na direção, estávamos à caminho de nosso destino, e tudo ia bem... Até que paramos num semáforo. Na calçada, do lado direito, coincidentemente, Paula avistou alguma amiga dela esperando o ônibus. Quando foi abaixar o vidro para falar com ela... Lembramo-nos de que o vidro da porta direita estava emperrado, logo, a comunicação não foi possível. O faról abriu, e seguimos viagem após algumas tentativas mimicadas de pedidos de desculpa, explicações e despedidas através da janela fechada.

... Pensando bem, aquele foi o primeiro sinal.

O segundo sinal foi bem claro e inquestionável, tal qual um murro na testa: O carro começou a sofrer estranhos e violentos solavancos, típicos daqueles que antecedem o esgotamento da gasolina. Uma rápida observação no ponteiro de combustível revelou o óbvio: O carro ia parar.

Ligando o pisque-alerta, entramos capengamente no primeiro local que apareceu em nosso caminho: Uma concessionária da Toyota, com um grande estacionamento vazio à frente. Foi na calçada em frente à ela que o carro morreu de vez, e então, saímos para empurrá-lo. Eu e a Michelle faríamos o trabalho, mas eis que aparece um senhor de idade, cabelos esbranquiçados, vindo de lugar nenhum. Apesar de já estarmos conseguindo mover o carro, ele nos prestou um pouco de ajuda no ato de empurrar, e após levarmos o carro para um local decente no pátio da concessionária da Toyota, ele já havia sumido. Não conseguimos nem agradecer.

Mas velhos que aparecem e desaparecem tal qual as chuvas de verão são um evento comum nesta época do ano, e não demos muita importância à isso. Ao invés disso, abrimos o porta-mala e pegamos um galão de gasolina vazio, torcendo para que o único problema do carro fosse mesmo a falta de combustível. (Afinal, o carro já era conhecido por possuir diversos problemas, além de não ter conhecido a manutenção há muito mais tempo do que seria considerado saudável. Tenham isso em mente: Para ligar o carro, usa-se uma chave de fenda no contato!)

Eu e a minha querida Michelle fomos até o posto mais próximo - que por sorte estava há menos de um quarteirão de distância, logo antes de onde paramos - carregando o galão vazio e todas as poucas moedas que nós três possuíamos no momento, totalizando dez reais. (afinal, havíamos acabado de passar no supermercado)

Uma vez no posto, explicamos a situação e pedimos para encher nosso galão; curiosamente, enchê-lo custou exatamente 10 reais. Mais um golpe de sorte.

Voltando ao pátio da concessionária, encontramos Paula conversando com o segurança da portaria da Toyota, um senhor não-tão-de-idade, que devia ter no máximo seus 40 anos. Ela explicava a situação, e ele acabou nos ajudando não só a colocar a gasolina com a ajuda de um tampo de garrafa que ele conseguiu dentro de seu posto, como também a verificar nosso motor após abrir o capô, observando-o enquanto Paula acelerava. Muito bem, tínhamos gasolina novamente e esse parecia ser o único problema do carro no momento. Entramos todos no carro, agradecendo enquanto Paula o chamava de "anjo da guarda", e saímos lentamente do estacionamento em direção à avenida, sorrindo e satisfeitos com o desfecho da aventura...

Oh, quão inocentes nós éramos. Naquela época, achávamos que as coisas poderiam se resolver de forma tão, tão simples...

Não andamos nem 3 metros quando o "anjo da guarda" pediu novamente que parássemos... E logo notamos que fumaça saia do capô do carro à nossa frente. Saindo do veículo, notamos a poça e trilha de óleo que o carro havia deixado para trás. Após desligarmos o carro e termos certeza de que aquilo no chão era mesmo óleo, e não gasolina, novamente o segurança pediu para levantarmos o capô. Mais fumaça saiu, e ele confirmou suas suspeitas: Aquele óleo vazando era proveniente do sistema de direção do carro.

Já pensávamos que só íamos sair dali guinchados, quando após algumas tentativas finalmente conseguimos fazer o motor do carro funcionar novamente. Não estávamos tãão longe de nosso destino, e por isso, decidimos arriscar. Paula conhecia os problemas do carro, e a falta de óleo na direção apenas deixaria o veículo mais duro e difícil de dirigir: Nós conseguiríamos chegar até a casa da Michelle. Supostamente.

Após outra despedida, cheia de agradecimentos e sorrisos, o segurança nos deixou com o aviso de não acelerarmos muito e nem forçarmos demais a direção, pois o óleo que vazava ferveria novamente e voltaria a soltar fumaça, até não ter mais óleo nenhum. Saímos da concessionária Toyota com o esforço dos doloridos braços da Paula, que lutavam contra o volante enrijecido pela falta de lubrificação. Qualquer curva era um parto, além dos constantes avisos de pedestres e motoristas apontando pro nosso capô e dizendo o óbvio: "Tá saindo fumaça, dona!". You don't fuckin' say.

Ah, mas então você já deve estar pensando, meu caro leitor, que isso foi aventura suficiente por um dia, e que voltamos para a casa da Michelle sem maiores ocorrências, são e salvos. Pois aí sua inocência e ingenuidade para com as coisas da vida se encontra no mesmo nível em que as nossas estiveram antes daquele dia, mas nada que algumas porradas do destino e sodomias surpresas não mudem. Aquilo que não te mata, te deixa mais forte, e com um andar legal.

Pois estávamos tentando evitar o trânsito da Raposo Tavares às 7 horas da noite numa sexta-feira, e nesse intuito, estávamos trilhando um caminho alternativo que supostamente a Michelle fazia quase todos os dias, e por isso, deveria saber... Mas quem disse que ela, ou qualquer um ali presente, conhecia o caminho?

Cada curva, cada entrada, foi uma aventura de riscos e incertezas, com direito a comemorações e exuberantes cânticos e risos de vitória ao confirmar que continuávamos no caminho certo. "Acho que é ali, se tiver uma pista de skate, é ali. Droga, cadê a pista? Acho que entramos errado... Tinha que ter uma pista de skate... ALI! ISSO, É ELA!!! AEHOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!" 

Mas o caminho foi ficando mais incerto, e ninguém mais sabia porra nenhuma. Eis que à nossa frente, dirigia-se um TOYOTA Corolla. Na dúvida, seguimos o Corolla. Estávamos dirigindo devagar, bem abaixo do limite de velocidade, e mesmo assim, ele continuava à nossa frente, como que acompanhando a nossa velocidade. Sempre que tínhamos dúvida de onde entrar, o Corolla fazia o caminho certo, e nós gritávamos "SEGUE O COROLLA! SÓ SEGUE O COROLLA!! Direito ou esquerda...? ELE FOI PRA ESQUERDA! SEGUE ELE!!!"

Pois bem, seguimos o misterioso Corolla em velocidade reduzida, que nos guiava milagrosamente pelo caminho correto... Até que finalmente sabíamos aonde estávamos, e enquanto a avenida seguia em frente, nós deveríamos tomar a entrada da rua à esquerda. Mas o Corolla não iria fazer esse caminho, será que deveríamos nos separar de nosso místico e coincidente guia?

Pois acredite em mim quando eu digo, meu caro e bípede leitor, que foi nesse momento, enquanto debatíamos a entrada que deveríamos tomar, que o Corolla desacelerou numa breve paradinha, piscou a seta uma única vez para a esquerda, e então seguiu seu caminho, talvez para ajudar outras pessoas necessitadas.

Pasmos, arrepiados, malucos e extasiados, pegamos a entrada à esquerda, que nos levou, finalmente, ao nosso destino.

Se quem dirigia aquele carro era o mesmo segurança da concessionária Toyota, a quem Paula havia chamado inocentemente de "anjo da guarda", ninguém sabe.

O que eu sei, meu pasmo e incrédulo leitor, a minha única certeza... É que quando chegamos ao apartamento da Michelle, um prato de polenta nos aguardava.

"Bom dia senhor, gostaria de ouvir o ronco do motor de Nosso Salvador?"