Como já disse anteriormente, atualmente é difícil eu descobrir alguma música que eu ainda não conheça e GOSTAR, mas quando acontece é um enorme prazer. O mesmo se aplica para filmes ou roteiros. Imaginem minha surpresa quando estava scrollando pelo Netflix e encontrei este título que levava o nome de Alan Moore. (famoso por alguns dos meus quadrinhos favoritos como por exemplo Watchmen e V de Vingança)
Ora, um filme de 2003 com temática Steampunk? Como eu podia nunca ter ouvido falar disso, este sendo o meu cenário favorito para escrever sobre, ou narrar uma boa partida de RPG? Dado o ótimo histórico de adaptações de histórias do Alan Moore para a telona, resolvi dar uma chance e assistir. E parece mágica: Mesmo que o filme aparente ser BEM diferente dos quadrinhos originais (os quais eu ainda irei atrás para ler), ele me agradou e muito.
Não se enganem pelo meu entusiasmo: Não é lá um filme excelente, longas dos anos 90~2000 possuem seus clichês e tosquisses, e eu esperaria que apenas um roteiro fora da curva fosse me entreter de tal forma, mas não foi necessário: Não só a temática e ambientação me agrada, mas tudo no filme me lembra uma clássica aventura de RPG entre amigos, a qual eu poderia muito bem ter narrado num final de semana. (talvez meus livros steampunk que costumo ler devam muito à criação de Alan Moore e eu nem sabia)
A premissa é simples: Uma "Liga da Justiça" da Inglaterra vitoriana. Mas acabou se tornando muito mais, envolvendo e fundindo diversos elementos da ficção em um único mundo fantasioso e maluco - mas que funciona muito bem dentro de si mesmo. Como qualquer RPG.
Os personagens são icônicos e diversificados, cada um sendo uma figura excêntrica à parte, como qualquer mesa seria, com os jogadores viajando em suas próprias fichas. Até mesmo os nomes deles são uma mistura de refererências à literatura: Temos Allan Quatermain, um aventureiro e caçador aposentado; Wilhelmina "Mina" Harker, uma cientista e química com um segredo que seria spoiler contar; Capitão Nemo, um pirata indiano dono de um navio-submarino e que venera a deusa da morte (como muitos personagens de RPG escolhem suas respectivas divindades à seguir); Rodney Skinner, um ladino com a pele invisível; Dorian Gray, um vampiro aristocrata; Tom Sawyer, um espião e agente secreto da inteligência americana e Dr. Henry Jekyll / Mr. Edward Hyde, o indispensável brutamontes do grupo, um "Dr. Mundo": o clássico caso do "médico e monstro" com sua super fórmula e dupla-personalidade.
Claro que é muita informação para apenas 1 hora e 50 minutos e tudo acontece muito corrido, mas levar o filme como uma aventura de RPG o torna mais divertido: Fico imaginando os talentos e atributos dos personagens enquanto eles agem, como por exemplo os Sentidos Apurados, Mira Excepcional e ranger stuff do Sr. Quatermain. Ou o fato de alguns vilões dizerem "saque sua pistola!" em vez de te matar na hora. Esse código de conduta é MUITO vitoriano, e uma das partes mais legais de reproduzir nas aventuras. Em suma: Recomendo o filme, tem no Netflix, é curtinho e não o levem muito à sério. E após tê-lo assistido, obviamente procurarei conhecer a obra original em quadrinhos, que como sempre deve ser muito superior e provavelmente faça o filme parecer ruim. (os fãs parecem não gostar tanto, como é de se esperar)
Outra coisa que me anima é que em Maio deste ano, falaram sobre um reboot nos cinemas, tornando os quadrinhos numa saga de filmes. Parecia bem legal, até eu ler que vão tornar o filme "female-centric". Ora, é uma Liga de Cavalheiros, e uma obra já pronta. Por que focar na - única - personagem feminina? Enfim, vamos torcer para ficar legal.
Se forem assistir, espero que gostem e deixem seus comentários aqui!
AH, E POR ÚLTIMO: O Contriller participa do filme como pirata figurante da tripulação do Capitão Nemo. xD
Rapadura é doce mas não é mole não.
That's it, até a próxima! =D
